Meu filho, pela honra da tua mãe.
Quando que eu imaginei,
ser traída por um filho?
Jamais sequer eu pensei,
hoje aqui eu compartilho.
Sempre foste testemunha,
a maior e mais potente,
eras tudo que eu dispunha,
pra denunciar o delinquente.
Entretanto, o criminoso,
perverso e premeditado,
no seu agir mais tramposo,
cumpriu o vociferado.
Fez de ti o seu fantoche,
desgraçou com nossas vidas,
te intimida e com deboche
vai me matando, não olvidas!
Eu jamais imaginei,
enfrentar tanta maldade,
ainda não acreditei,
nessa insana crueldade.
É uma pergunta simplória,
mas que eu teimo em te fazer,
entrarias nessa ‘estória’,
antes de a tua avó morrer?
Caso tua avó fosse viva,
ele não teria coragem,
de me jogar à deriva
e te envolver na chantagem.
Bem diferente de mim,
ela invadiria os prédios,
desses que citam em latim,
mas compactuam assédios.
Com certeza, eu não estaria,
nesse sofrimento atroz,
logo ela te enfrentaria,
desprezando o teu algoz.
Ela moveria o mundo,
até provar a verdade,
mostrando ao poder imundo
o que é ter dignidade.
Parece mentira, eu digo,
todo dia, ao acordar,
pois não conviver contigo
é impossível acreditar.
Quem teria esse interesse?
Nós todos sabemos bem!
Apesar da minha prece,
o maldito foi além.
Cinco anos de muita dor!
Perplexidade sofrida.
A ti eu só dei amor,
hoje me roubas a vida.
Não te afasta da coragem,
sei que covarde não és,
não macula tua imagem,
denuncia esse revés.
Como consegues, meu filho,
deitar à noite e dormir?
Estás perdendo teu brilho,
ao deixar te destruir.
Me privaste dos meus sonhos,
à tua mãe caluniaste,
todos fatos tão medonhos,
nosso grande amor negaste.
Destruíste a minha paz,
pisaste na minha história,
minha velhice é um tanto faz,
para ti e toda essa escória.
Estás a correr o risco
de a minha morte provocar.
E, sem dúvida, eu arrisco,
quem está a te chantagear.
Sofro de Esclerodermia,
uma doença mortal,
testemunhaste a agonia,
sabes bem que ela é fatal.
Sabes tudo que enfrentei,
vivenciei a quase morte,
pelos filhos superei,
por vocês me fiz tão forte.
Meu filho, tu não tens medo?
Decepção também mata.
Tu não és um arremedo
do maldito e sua bravata.
Ninguém vive da mentira,
da calúnia e falsidade.
Eu espero que essa tira,
te obrigue a trazer verdade.
A coragem vem da honra,
virtude que alimentavas.
Não permite que a desonra
destrua o que acalentavas.
Como mãe e avó, te peço:
denuncia o malfeitor.
Tu bem sabes, eu não mereço,
enfrentar toda essa dor.
Não permite as ameaças,
a intimidação e o terror,
o que ele quer são desgraças,
é um indigno sem valor.
Reflete e jamais permite,
que o maligno te destrua.
Ele ultrapassou o limite
e prova que é um falcatrua.
Estou tentando de um tudo
sobreviver à maldade,
são cinco anos, contudo,
de insana perversidade.
Luta sempre por tua honra,
te mantém digno e justo,
se caíres na desonra,
pagarás um alto custo.
Estou sozinha e no abandono,
enfrentando os ‘poderosos’.
Entretanto, eu te questiono:
o que querem esses maldosos?
Meu filho, aqui te garanto,
se seguires nessa sanha,
mesmo sofrida e em pranto
eu publicizo a façanha.
É minha honra, é minha vida,
pelas quais deves zelar.
Fui mãe, mulher aguerrida,
lutei por teu bem-estar.
Um filho que teve tudo,
mãe presente e muito amor,
também o melhor estudo,
mas não soube dar valor?
Se tu estás ameaçado,
denuncia o criminoso,
não te deixa ser usado,
por um maldito odioso.
Não consente a esse tramposo,
te usar e te fazer vassalo.
Coragem é o bem mais precioso,
não lança tua vida ao ralo.
É bom que todos conheçam,
o tamanho da injustiça,
que a maldade reconheçam,
que seja feita a justiça.
Que as trovas possam lançar,
novos ventos de esperança,
nos levando a alcançar,
justiça, paz e bonança.
Rogo a Deus, que não me leve,
antes de feita a justiça.
Por isso, deves ser breve,
pondo um fim nessa injustiça.
Mãe.
31.01.2025
09h23
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