Um encontro natalino...
Vou lhes contar uma
história
Daquela mãe tão velhinha
Que com tristeza notória
Sentava na praça sozinha
Nesta tarde me chamou
E convidou a sentar
Alguns versos declamou
E começou a chorar
Pobre mãe abandonada
Tão maltratada e esquecida
Esperava desolada
Rezando pra Aparecida
Contou-me muito dos filhos
E lembrou dos tantos
netos
Falou-me dos empecilhos
Com a brusca mudança do
ethos
Relembrou o nascimento
Daqueles filhos ingratos
Contando cada momento
Em doces desideratos
Confidenciou a saudade
Que aumenta dia a dia
Não compreendendo a
maldade
Perversidade tão fria
Aquela mãe já velhinha
Doída na ingratidão
Cantarolava a marchinha
Que guarda no coração
Relembrava com alegria
Quando ninava seus netos
Numa vida de harmonia
Em convívio com os afetos
Infelizmente o fascismo
Voltou para desgraçar
Esse mundo do extremismo
Está mesmo a nos matar
A velha mãe confessou
Ter os seus filhos
perdidos
Em lágrimas balbuciou
Eles foram corrompidos
Aquela mãe tão sofrida
Violada em seus direitos
Pelos filhos preterida
Trocada por torpes
pleitos
O Natal se aproximando
E eu vendo uma mulher
Com as lágrimas saltando
Sem um abraço sequer
Fiquei pensando o que
leva
Filhos serem tão cruéis
Só estando em meio à
treva
Para esquecer seus papéis
Me despedi da senhora
Pensando como seria
Seu Natal naquela hora
Do abraço e da alegria
Espero que minhas trovas
Façam os filhos refletir
Que construam boas-novas
Fazendo suas mães sorrir
Não deixe sua mãe sozinha
Natal é renascimento
Aproveite sua ‘velhinha’
Não lhe cause mais
tormento
Carmen Pio
23.12.2023
17h38
Criciúma/SC
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