Ingratidão

Ninguém sabe de verdade

O que acontece na alma

Das mães que na mocidade

Nos ninavam com sua calma

 

Elas nos deram seu tempo

Suas vidas seu amor

Nada era contratempo

Só cuidados com fervor

 

Agora os filhos adultos

Esquecem todo o carinho

Eles querem seus indultos

Da ingratidão do caminho

 

O abandono é tão cruel

O desamor é fatal

Um gosto amargo de fel

E uma saudade mortal

 

As mães quedam e perguntam

No derradeiro segundo

Por que os filhos maltratam

Quem os amou tão profundo

 

Nenhuma mãe acredita

No abandono dos seus filhos

Em sua solidão medita

Quais os erros e empecilhos

 

Todas lembram do momento

Do primo e doce aconchego

Do mais nobre sentimento

Do afeto e de todo o apego

 

Nenhuma mãe do universo

Merece a ingratidão

Pois elas travam em verso

A luta da criação

 

Que os filhos não abandonem

As mães idosas e sofridas

Ao contrário impulsionem

Mais amor em suas vidas

 

Idosos todos seremos

Feliz de quem chega lá

Com amor é que aprendemos

Velhice é vida oxalá

 

Carmen Pio

16.01.2023 (7h24)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MANIFESTO DE UMA ADVOGADA: DEDICADO AO ‘SENHOR DOS PORCOS’

UM POUCO DO QUE APRENDI

TESTEMUNHO

Saudade...